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domingo, 25 de setembro de 2011

Sorteio do livro "Contando histórias de balé"



As inscritas aparecem com o nome de usuário cadastrado, na ordem de cadastro, assim:
1- Sarinha Bailarina SUD
2- Ellen G. Passos
3- Heydi Milhose
4- Maíra Barale
5- Karina Andrade
6- Marcele Bilheri
7- Thalía
8- Suzan Afonso
9- Talita Ribeiro
10- Mari G. Barbieri
11- Sonia
12- Larissa C.
13- Sweet
14- Selma Regina
15- Silvia
Obrigada pela participação de todas!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Ballet de repertório - variações femininas

O que é ballet de repertório? Alguns consideram como repertório aqueles ballets que foram consagrados pelas montagens e remontagens sucessivas e que constituem o acervo de companhias do mundo todo. A palavra repertório está associada à perenidade, universalidade e atemporalidade. Em dança, a palavra está ligada a uma coleção de obras primas tradicionais encenadas ao longo dos anos por companhias do mundo todo. 
Um espetáculo de balé de repertório é composto por diversas coreografias que juntas constroem a narrativa. Os elementos, como o cenário, o figurino e as músicas dão suporte e força ao enredo.
Esses espetáculos são apresentados em sua forma completa, ou ainda em trechos. Chamamos de pas de deux os trechos dançados por um bailarino e uma bailarina. Chamamos de variação os solos de bailarino ou bailarina. Grand pas de deux é um trecho composto pelo pas de deux, variação feminina, variação masculina e pela coda (que no ballet significa o final do grand pas de deux com a junção novamente dos dois bailarinos em movimentos de grande virtuosismo técnico).


VARIAÇÕES FEMININAS: algumas das variações femininas mais conhecidas são kitri (de Dom Quixote), Aurora, e Fada Lilás (de A bela adormecida), A fada açucarada (de O quebra nozes), Odete e Odile (de Lago dos Cisnes),   La Fille Mal Gardeé (ballet de mesmo nome), Gisele (ballet de mesmo nome), Swanilda (de Coppélia), entre tantas outras maravilhosas que ficarão para outro post.
A bailarina precisa ter certas características para dançar cada uma dessas variações e ainda construir um personagem para o público. Claro que são necessários todos os requisitos técnicos para uma obra assim, alguns atributos físicos são desejáveis também.
Vou colocar a seguir minha opinião sobre algumas variações:




Don Quixote é um ballet encenado originalmente em quatro atos e oito cenas, com base em um episódio retirado do famoso romance de Don Quixote de la Mancha de Miguel de Cervantes . Ele foi originalmente coreografado por Marius Petipa com música de Ludwig Minkus e foi apresentado pela primeira vez pelo Ballet do Teatro Imperial Bolshoi de Moscou , da Rússia em 26 de dezembro de 1869. 
Kitri -  Variação feminina do ballet Dom Quixote
Para fazer a variação de Kitri a bailarina precisa ter muito vigor e expressividade. Deve ser muito boa em grandes saltos, bem como tours em piquet tanto en dedans com en dehors e channés. Creio que a preferida seja a variação do primeiro ato:







O Ballet A Bela adormecida é composto de 3 atos, 5 cenas e prólogo. Libreto de Marius Petipa e Ivan Vsevolojsky, baseado em conto de Charles Perrault. Música de Peter Ilyich Tchaikovsky. Estréia mundial no teatro Maryinsky de São Petersburgo, Rússia em 5 de janeiro de 1890.
Fada Lilás - personagem feminina de "A Bela Adormecida"
Para fazer a fada lilás, assim como a maioria das fadas, a bailarina precisa parecer flutuar. Para isso, deve ter características e atributos técnicos para colocar leveza nos movimentos. A sequência de sissones fermé seguidas de pirueta de 4a en dehors é o trecho onde a sensação de voar mais passa ao público. Precisa ter muito controle para os developés a la second e principalmente para os foutés. Como exige um físico leve, essa variação é frequentemente escolhida para bailarinas mais jovens (normalmente com algumas adptações).





Aurora - princesa aurora de "A Bela Adormecida"
Ela é princesa! Ela está casando aos 15 anos; é uma jovem princesa! Para fazê-la, a bailarina precisa incorporar aquela postura nobre de quem nasceu no castelo. Muito controle e delicadeza nos movimentos que vão crescendo e exigindo maior vigor e dinâmica. Acho que para essa variação a bailarina tem que ser completa (sustentação, giros, força física, postura nobre).







O Lago dos Cisnes é um ballet dramático em quatro atos do compositor russo Tchaikovsky e com o libreto de Vladimir Begitchev e Vasily Geltzer. A sua estreia ocorreu no Teatro Bolshoi em Moscou no dia 20 de fevereiro de 1877. Coreografia original de  Julius Reisinger. Segunda coreografia por Marius Petipa e Lev Ivanov (essas são as apresentadas até hoje).
Odete - do ballet "Lago dos Cisnes":
Ela é a menina boa. Extremamente romântica. É o cisne branco, está enfeitiçada e presa. O ballet tem uma atmosfera noturna e nebulosa. Para fazer Odete ou outro cisne é necessário usar os braços em linhas que imitam as asas dos cisnes. A cintura escapular exibe uma postura e alguns cambrés condizentes com a sinuosidade do cisne. A bailarina deve ser bem flexível nos membros superiores e buscar essas linhas. Além disso, a bailarina deve ter boas linhas de arabesque e girar muito bem.







Odile - do ballet "Lago dos Cisnes"
Ela é sedutora e dissimulada. Tem índole má, mas finge ser Odete. Em sua variação, o cisne negro precisa encantar o príncipe naqueles minutos para fazê-lo declarar-se a ela. Na versão mais conhecida dessa variação a coreografia é recheada de piruetas e giros. O primeiro acorde toca e a bailarina já fez uma pirueta tripla terminando em pirueta atittude! Ufa! Haja fôlego e "labirinto" para essa variação!





Já na versão do La Scalla de Milan, a coreografia é totalmente diferente, e a música utilizada é outra, tirada de outro trecho da composição do Tchaikovsky para o lago dos cisnes.
Na versão do La Scalla vemos as mesmas carcterísticas da personagem, porém numa coreografia recheada de grand jetés que exigem uma bailarina mais vigorosa. Os giros são executados no final, em tour piquet.





La fille mal gardeé -
La fille mal gardée é um ballet cômico em dois atos, tendo sido representado pela primeira vez em Bordéus em 1786. Foi produzido e coreografado por Jean Dauberval.
Lisa- é uma camponesa, uma menina que tem um pretendente rico, mas que se apaixona por um camponês pobre. A bailarina deve emprestar jovialidade a essa personagem, que é alegre e suave. A coreografia é marcada por baterias (pequenos saltos) e piruetas, que devem ser executados por uma bailarina ágil. É uma variação que costuma ser muito adaptada, modificada, e executada assim por jovens bailarinas.





Giselle - é um ballet em dois atos com libreto de Jules-Henri Vernoy de Saint-Georges e Théophile Gautier , com música de Adolphe Adam e coreografia original de Jean Coralli e Jules Perrot . Estréia no Le Peletier Salle em Paris, França, em 28 de junho de 1841 pelo Ballet du Théatre de L'Academie Royale de Musique. Posteriormente Marius Petipa coreografou novamente para o ballet Imperial Russo (1884); é essa última versão que é apresentada hoje em dia. O libretista tirou sua inspiração de um poema de Heinrich Heine.  O ballet conta a história de uma camponesa chamada Giselle cujo fantasma, após sua morte prematura, protege seu amante da vingança de um grupo de maus espíritos femininos chamados Willis.
Giselle - variação do primeiro ato.
Neste momento Giselle é uma jovem camponesa cheia de vida. Para dançar essa variação, a bailarina deve movimentar-se com jovialidade e graça. O ponto característico da coreografia são os pas de cheval feitos nas pontas. Deve-se cuidar com a maneira de segurar o vestido, que constitui parte importantíssima nessa variação. Uma bailarina boa para La Fille mal Gardeé me parece ter características também para Giselle no primeiro ato:





Coppélia é um ballet sentimental com coreografia original de Arthur Saint-Léon e libretto de Saint-Léon e Charles Nuitter, com música de Léo Delibes . Foi com base em duas histórias macabras de ETA Hoffmann , Der Sandmann (The Sandman) e Die Puppe (The Doll). O ballet estreou em 25 de maio de 1870 no Théatre Impérial de L'Opera, em Paris, com a bailarina de 16 anos Giuseppina Bozzacchi no papel de Swanilda.
Variação de Swanilda 3o Ato - casamento
Swanilda é a grande heroína que salva seu noivo. Nessa variação ela é a toda poderosa que foi atrás de seus objetivos e conseguiu casar com seu amado! Para fazê-la a bailarina deve manter uma postura confiante, sorridente. A coreografia é marcada por relevés, developés, saltos e termina com piruetas rápidas.





O quebra nozes é um ballet em 2 atos originalmente coreografado por Marius Petipa e Lev Ivanov com música de Pyotr Ilyich Tchaikovsky. O livretto é uma adaptação da história de E.T.A. Hoffmann entitulada "O quebra-Nozes e o Rei dos Ratos. Estreou no teatro Mariinsky em São Peterburgo, em 18 de dezembro de 1892, junto com a Ópera "Iolanta"também de Tchaikovsky.
A fada açurada - variação:
Ela é a anfitriã do mundo dos doces. Ela é fada e por isso deve parecer flutuar. Por seu status de mestre de cerimônias ela tem um ar respeitoso e seguro. O instrumento "celesta" que foi colocado por Tchaikovsky nessa variação ajuda a representar as qualidades de sonho e infância desse ballet. Tecnicamente a bailarina terá de fazer aqueles pas de chats característicos da coreografia além de algumas linhas de atittude, bem como a sequência de tours no final.





Ballet de Repertório - ADAPTAÇÕES
Bom, esses videos foram escolhidos a dedo e as variações em questão são dançadas pelas melhores bailarinas do mundo. Como fazer então para dar uma variação a uma aluna? Bem, nesse caso, usamos o que chamamos adptação. É quando você muda certos elementos da coreografia para adequa-la ao nível técnico da bailarina. Temos que ter muito cuidado nessa hora e respeitar a música, bem como a própria coreografia. Se mudarmos a coreografia inteira, então estaremos nos "inspirando" em um ballet de repertório e não fazendo propriamente uma adaptação. Particularmente acho que o professor tem que estudar muito o ballet, estar por dentro das versões que estão sendo apresentadas para adaptar uma variação a uma aluna. Veja um exemplo de La fille mal gardeé a seguir:



Ballet de repertório PARA CRIANÇAS
Nossas alunas e filhas amam os ballets desde pequenas! Como fazer para deixá-las familiarizadas com as músicas e as histórias dos ballets? Uma dica é o livro "Contando Histórias de Balé", da Teresa Vilela. Eu tenho um exemplar e ele vem com 2 CDs que contam as histórias com as músicas dos repertórios como fundo. Eu amo, minha filha adora e minhas alunas se encantaram! Conheça um pouco mais no site: www.meumundocrianca.com.br


E você seguidor do blog do ballet pode ganhar um exemplar!!!
Deixe um comentário qualquer nesta postagem com seu email até dia 18 de setembro de 2011 para participar do sorteio. Vamos apurar todas as inscrições (só vale se inscrever 1 vez por perfil) e publicar o vencedor do sorteio no dia 25 de setembro. Eu mesma vou sortear e a Teresa Vilela vai dar o livro! Participe!!!


* Informações sobre os libretos dos ballets foram pesquisadas em diversas páginas da wikipedia do Brasil, Portugal, Estados Unidos e Inglaterra.